Influência do cooperativismo no agronegócio brasileiro

Celebrar o Dia do Colono, neste 25 de julho, nos inspira a falar sobre o papel fundamental que as cooperativas agropecuárias desempenham no cenário econômico de nosso Estado. Afinal, a data é uma homenagem aos imigrantes que chegaram ao Brasil e tiveram uma participação ativa na nossa colonização. E foram justamente eles que trouxeram o cooperativismo para as nossas terras.

Inspirado na experiência cooperativista alemã, o padre Theodor Amstad trouxe o conceito para o Brasil em 1902. De acordo com o sistema Ocergs/Sescoop, a primeira a ser instalada foi a Sicredi Pioneira, que continua até hoje em atividade em Nova Petrópolis, na serra gaúcha.

A cooperativa foi a solução encontrada pelo padre suíço para melhorar as vidas dos moradores da região, já que até então o município não contava com agência bancária. Quatro anos depois, começaram a surgir as cooperativas agropecuárias, idealizadas por produtores rurais e por imigrantes, especialmente de origem alemã e italiana.

Hoje, em torno de 50 milhões de brasileiros têm no cooperativismo, seja direta ou indiretamente, uma fonte de trabalho e de renda. Mas os números são ainda mais significativos se levarmos em conta os oito últimos anos: o número de cooperados cresceu 62% e a quantidade de empregos gerados aumentou 43% no país, conforme mostra o Anuário do Cooperativismo Brasileiro.

Neste contexto, precisamos destacar a atuação das cooperativas agropecuárias gaúchas. Entre 2014 e 2018, houve um acréscimo de 12% no número de vagas formais de trabalho e uma expansão de 60% no faturamento. Para se ter uma ideia em cifras, somente em 2018 foram R$ 31,7 bilhões, um recorde para o setor.

Além de gerar trabalho, emprego e renda, este modelo de negócios transforma a realidade das comunidades. Um exemplo é o papel que desempenha a Cotrijal Cooperativa Agropecuária e Industrial, de Não-Me-Toque, que realiza a Expodireto Cotrijal.

A feira centraliza tecnologia e novas oportunidades para o segmento e se consolidou como referência em conhecimento para o setor. Neste ano, foram comercializados durante os cinco dias do evento mais de R$ 2,4 bilhões, valor 9,59% superior ao do ano passado.

Iniciativas como a Expodireto ajudam o produtor a encontrar alternativas inovadoras para vencer o desafio de produzir mais com um custo menor. Afinal, o homem do campo sabe que é fundamental estar atento às inovações e que é preciso pensar o agronegócio aliados a tecnologia, seja por meio da internet, de inteligência artificial ou dos robôs. São soluções desenvolvidas para melhorar o aproveitamento dos recursos e insumos, diminuir os custos, ampliar a produtividade e, consequentemente, o lucro.